O meu avô Nido

O meu avô Nido tem 74 anos, nasceu em Trás–os– Montes, tal como os seus doze irmãos.

Mais tarde, foi chamado para a Guerra do Ultramar. Ele nunca tinha visto um barco e, logo da primeira vez, teve de viajar durante oito dias seguidos até chegar a Angola. O meu avô não era o único a estranhar a ondulação. Ao longo da viagem, muitos militares enjoaram.

Logo que chegaram a Angola, foram mandados para o meio da floresta onde tinham de se esconder dos inimigos. O meu avô também me contou que as florestas, em Angola, estavam cheias de bombas, minas e outros explosivos. Durante essa guerra, o meu avô ficou quase surdo de um ouvido e a ouvir mal do outro. Por essa razão, esteve 63 dias hospitalizado. Hoje em dia, ainda tem de usar um aparelho auditivo.

Quando regressou da guerra, emigrou para França e foi trabalhar para a fábrica de ferro que produziu o ferro para a construção da Torre Eiffel. Nessa altura, a minha avó trabalhava numa lavandaria. Algum tempo depois, nasceu o meu pai e, quatro anos depois, nasceu a minha tia. Passados quatro anos decidiram voltar a Portugal. O meu avô dedicou-se à agricultura, produzia um olival, uma vinha e um pequeno pomar. Ao mesmo tempo, criava cavalos, porcos, coelhos, galinhas, cabras, canários e tinha um cão.

Hoje em dia, o meu pai vive em Caxias, a minha tia em Valpaços, a minha avó faleceu e o meu avô continua com o seu olival, a sua vinha, o seu pomar e o seu cão.

O meu avô Nido

Escola, EBI de São Bruno

O meu avô Nido André Castro