O meu marido era afilhado do dono e um dia começou a ir para lá e conhecemo-nos. Então há um dia que eu estou em casa e passa o carteiro e diz-me: ‘Olha, Maria Amélia, há uma fábrica de produtos químicos industriais aqui em Camarate que precisa de uma pessoa para o escritório. Eu tinha um pedido para o meu filho mas ele não pode ir já. Queres lá ir 2ª feira, a ver se ficas?’ É claro que eu fui lá e fiquei. Portanto, trabalhei 15 dias na Rua do Alecrim e vou trabalhar para essa fábrica em Camarate. E os donos, um deles ainda é vivo, são aqui da Algés. O Sr. Alfredo da Silva Mota que era do Algés e Dafundo e outro senhor que ainda é vivo, já com 80 e muitos anos, e que eu vejo imensas vezes, muito alto e magrinho, que é o Lorena. Quando vim para aqui descobri que eles moravam cá. Eu não morava na altura.
Casei dia 26 de Abril de 70. O meu marido é mais velho do que eu 13 anos, quase 14. Trabalhava no Banco de Angola. E venho para Algés porque ele tinha um cunhado, este que faleceu agora, a semana passada, que trabalhava aqui no Banco de Angola, na Av dos Combatentes. E disse-nos: ‘Em Algés a construção está a arrancar, há muita coisa para alugar.’ E fomos ver. E fiquei até hoje. Estou cá há 44 anos. Mas para mim Algés foi sempre um dormitório. Só agora depois de reformada é que eu estou a apreciar Algés. Nem sabia da existência dessa capela aqui ao pé.
Rua Anjos 20, Algés, Portugal